Sem parar, sem pensar

A grande maioria das pessoas conduz a vida em um ritmo frenético, muito longe da cadência ideal, seja nos estudos, no trabalho ou nos cuidados com a família. Investem tanto tempo em uma área da vida que julgam mais importante, que desequilibram outros setores também relevantes.

Esses afazeres em demasia revelam não só um desequilíbrio entre a atenção dada às diferentes esferas da vida, mas também outra desarmonia: um afastamento de si. As pessoas fazem tanto para não fazerem o essencial: sentir. Ocupando suas mentes com, por exemplo, muito trabalho, evitam entrar em contato consigo mesmas. É nos momentos em que paramos que nos confrontamos com o que há de mais importante em nossas vidas: nós mesmos.

Porém, esse encontro nem sempre é prazeroso. Inicialmente é comum ser assustador, porque encontramos sentimentos que não estamos acostumados a conviver.

É na pausa e na solidão que mergulharemos em nossos medos mais profundos para, em seguida, encontramos um modo de lidar com eles. Mas, para encontrar esse dia de sol, é necessário atravessar uma tempestade que nem todo mundo está disposto a enfrentar.

Para essas pessoas, a estratégia imediata é se ocupar. Ocupar para não correr risco de passar perto dos momentos de reflexão. Todavia, em alguns momentos da vida, essa pausa se impõe. Isso acontece quando o corpo não aguenta mais o ritmo que lhe é imposto e somos, assim, obrigados a parar. Quando a mente não permite essa pausa, o corpo grita implorando por ela. Então, ficamos doentes e somos levados ao repouso.

Sugiro nos anteciparmos e não esperar nosso corpo acionar o alerta máximo. Que tal pequenas paradas ao longo do nosso dia? Um momento para apreciar a paisagem, ser grato por algo ao seu redor ou mesmo entrar em contado com nossas sensações físicas e emoções. Se seguirmos essa proposta, teremos a oportunidade de, diariamente, pensar em nossas escolhas. Refletiremos sobre se os caminhos que estamos trilhando estão de acordo com o lugar onde queremos chegar. Desta forma, seguiremos a vida com mais harmonia, em compasso com nossos desejos e conosco.

 

 

 

 

 

helena cardoso