Mas foi ele que começou!

Lembro-me de uma cena que se repetia na época da escola, quiçá diariamente: as crianças faziam bagunça e, quando eram expulsas da sala, respondiam com uma voz injustiçada “Por quê? O que eu fiz??? Foi ele quem começou.” Comecei a ver que essa cena continua sendo exposta a mim rotineiramente no consultório. São pessoas que se demonstram incapazes de rever seu comportamento e de se responsabilizar por seus atos. Sentem-se vítimas do mundo.

Sim, talvez, tenha sido mesmo o coleguinha que puxou o assunto. Porém você respondeu e tornou-se uma conversa em classe. Ou foi ele que provocou a briga e deu o primeiro tapa, mas você deu o segundo. A questão é: não importa quem começou, e sim como você reage. A provocação do amigo é a parte da estória que não podemos controlar, como muitas outras coisas na vida. Contudo sempre há a nossa parcela de responsabilidade. São os 50% de responsabilidade por ter aceitado o “convite a briga”.

Cair na provocação é uma escolha. Bater também é. Por mais que ele tenha xingado você e proporcionado a sensação de raiva, agir com raiva é uma escolha. Você não escolhe sentir, mas escolhe o que fazer com esse sentimento. Portanto, faço votos para que consigamos nos responsabilizar mais pelo que fazemos e falamos em todas as circunstâncias, seja na escola ou mesmo na política.

 

 

 

 

 

 

helena cardoso