A matemática do amor
A sílaba “in” por si só guarda os dois maiores desafios da vida a dois: a intimidade e a individualidade. Não diria que se tornar íntimo é um desafio, muito menos construir a própria individualidade enquanto casal. O que proponho como algo desafiante é o equilíbrio entre essas duas propostas.
Enquanto casal oscilamos entre o eu e o nós. Num piscar de olhos podemos nos perceber ou muito próximos ou muito distantes um do outro. É uma questão de vigília. Precisamos estar atentos para não nos perdermos no emaranhado de dois corpos, mas também para não nos separarmos de modo que um não encontra mais o outro.
Precisamos constantemente avaliar se estamos conseguindo caminhar juntos, mas com as próprias pernas. Quem sempre abre mão das próprias vontades e necessidades a fim de favorecer o outro, em algum momento, terá esquecido do próprio valor e da satisfação de se agradar. Por outro lado, quem, por medo de perder o encanto, não se mistura com o parceiro jamais sentirá a satisfação de estar integrado na relação.
Não confundamos as contas: no dia a dia do casal, quase tudo se divide: a casa, a cama, a geladeira; mas, quando se trata do relacionamento, a conta é outra: adiciona-se e multiplica-se. Soma-se dois corpos e multiplica-se a felicidade.