Amor que cura
Há tantos tipos de casais quanto há casais no mundo. Nenhuma relação é igual. Porém, apesar das diferenças e semelhanças, podemos classificar alguns relacionamentos como saudáveis ou não. Há o amor que soma e o amor que adoece. Mas, o que faz de uma relação ser saudável? Como identificar em que tipo de relacionamento nos encontramos?
A medida teórica é bem diferente de como comumente avaliamos no dia a dia. Não medimos saúde no amor através de fotos no Instagram ou de declarações no Facebook. Também não se deve avaliar pelo tamanho da festa de casamento ou pelo número de viagens ao ano. Pode-se observar a saúde de um relacionamento a partir do que ambos construíram juntos, ou seja, para o quão definida é a nova entidade chamada casal. É importante que o casal tenha uma identidade bem nítida, em que é fácil identificar quais os gostos e costumes do casal e o que eles pretendem para o futuro. O casal precisa construir uma silhueta suficientemente clara de modo que possa ser fácil destacá-lo do seu meio social, isto é, a personalidade do casal deve ser bem definida para o mundo externo. O casal deve estar bem definido, mas não rígido nessa definição. É preciso moderação: se o casal se desconecta das interações com o mundo também não é desejável.
Por outro lado (e é preciso sutileza para perceber isso) o casal não pode ofuscar as características e necessidades individuais de cada um dos membros. Tão importante quanto o casal são os dois indivíduos que o constituem. As diferenças devem ser não só toleradas como também bem- vindas, porque estas somam ao perfil do casal. Todas essas três entidades devem ser igualmente contempladas, alternadamente. Tudo o que for fora desta descrição tende a ser não funcional. Para não restar dúvidas do que é o tal amor que adoece, descrevo-o a seguir: um casal que tem fronteiras fluídas, uma identidade pouco estabelecida, vulnerável a qualquer pessoa do meio externo.
Se você consegue dentro do seu namoro ou casamento ter espaço para contemplar as suas necessidades individuais e junto do seu parceiro as necessidades enquanto casal, conseguindo se adaptar ao meio social, mas sem se perder nele, você conseguiu construir um relacionamento funcional. Parabéns! Aposto que não foi fácil...