Acabou-se o que era doce

Provavelmente todo mundo já passou pelo susto de ver um casal que, de repente, depois de muitos anos juntos, terminou a relação. São aqueles namoros prolongados, que passam de sete anos, e que, por ser tão antigo, todos já estão tão acostumados a ver os dois como uma dupla, e a ideia de separação é quase inconcebível.

Apesar de levarmos um susto com a notícia, esse tipo de acontecimento pouco me assusta. Isso porque, diferente da nossa expectativa, em tese faz sentido que um namoro de muitos anos não evolua para um casamento. Porque mesmo que o casal já tenha estabelecido uma rotina que funciona, isso por si só não é garantia de bom relacionamento. Em algum momento é preciso evoluir. Não necessariamente para uma cerimônia de casamento, mas ir para frente ou para o lado. Mas andar, movimentar.

Uma boa analogia pode ser feita com uma planta. Quando colocamos uma muda em um vaso, nasce uma plantinha. Ao longo do tempo, a planta vai crescendo e, se não mudarmos para um ambiente com mais espaço, ela entrará em esgotamento. Sem espaço para crescer, a planta morre. Assim também acontece com os relacionamentos. Quando um namoro não evolui ao longo do tempo e não constrói novos espaços para a relação, ele morre, antes mesmo de se tornar um casamento.

Por isso, para dar certo, indico também a morte. Mas a morte do namoro. É preciso deixar morrer aquela relação adolescente para que nasça um novo amor, desta vez mais maduro, que condiga com a realidade.

 

 

 

 

 

helena cardoso