A dinâmica da traição

Quando surge uma terceira pessoa no espaço antes destinado ao casal, é preciso repensar a situação além do ato da traição em si.

Como na dança, o parceiro escolhido pode ter sido uma má escolha (tinha cara de dançarino, mas era perna de pau); ou até pode ter dado certo, mas com o tempo começou a errar o passo; ou ainda a sintonia dava certo enquanto dançavam a valsa, mas, quando começou a tocar salsa, não conseguiram acompanhar o ritmo. Desta forma, para tentar dançar bem de novo, pode acontecer de um dos dois sentir vontade de trocar de par e, durante a troca de casais da coreografia, encontrar algum dançarino que o faça relembrar a alegria que se pode sentir dançando. O outro, sozinho no salão, para poder continuar dançando (ou vivendo) de acordo com as regras, deve arranjar seu novo par. E assim a dança segue...

Do mesmo modo são os casamentos. Quando alguém, diante de uma crise no relacionamento, encontra um(a) amante (definindo um triângulo formado pelo casal de amantes, excluindo o parceiro traído), o outro, para manter a triangulação, encontrará alguém para se aliar.

Isso não quer dizer que sempre que alguém é traído, trai também. Este parceiro traído pode se aliar a pessoas (ou coisas), como a um terapeuta, um amigo, parentes, ou mesmo a bebida.

Desta maneira, quanto mais, por exemplo, a mulher se envolve com seu amante, maior será a chance do marido preferir ir para um bar beber depois do trabalho, “afogando as mágoas”.

O indicado para esta situação é marido e esposa conversarem e tomarem decisões do que irão fazer quanto à crise conjugal. Porque ignorá-la não fará com que ela desapareça.

 

 

 

helena cardoso